A galera alegre do balde: Jackson Santos, Jairo Bispo e Rodrigo Ribeiro dizem que são gente boa e de confiança. |
Confiança - Um grupo de lavadores de veículos , o chamado flanelinha, que trabalha ao lado do Centro Administrativo Firmino Alves, no São Caetano, próximo do Conjunto BNH, disse em coro: “ “ Nós somos gente boa. Nós lavamos os carros, nós cuidamos e não mexemos em nada de ninguém. Somos honestos. Todo mundo confia em nós”.
Segundo o lavador Jairo Bispo dos Santos, popular Jairinho, com mais de 23 anos lavando carros em Itabuna, o essencial é obter a confiança dos donos de veículos para formar a própria clientela. “ Já trabalhei na Câmara de Vereadores, na Prefeitura e no Beira Rio. Hoje estou aqui ao lado da Prefeitura. Sou gente boa e nunca andei metendo a mão no que é dos outros. Se pagam cinco reais fico satisfeito; e se oferecem apenas uma gorjeta também fico satisfeito”, comentou.
Ele acrescentou que ao trabalhar no mesmo ponto, está livre do que é ruim. “ Estamos livre de muita coisa ruim. Aqui a gente ganha o dinheiro da gente e não ficamos expostos a violência, as drogas e ao crime”, relatou Jairo.
Ele disse que é tão gente boa que ao sair do trabalho “ lava carros”, no final do dia, vai tomar conta de uma casa como vigilante, no bairro Jorge Amado. “ O dono da casa confiou em mim. Não tenho onde morar, cuido da casa, e fico tranqüilo”, concluiu.
Amigo da Onça - O lavador Rodrigo Santos Ribeiro, que a turma apelidou de amigo da Onça, tem 4 anos na profissão.É o único que possui casa própria. Segundo ele, é da lavagem de carros que tira o sustento da família. “ Tem gente que não dá nenhuma gorjeta, mas todos os dias estou aqui no ponto”, disse.
O alimento – diz – a gente acaba comendo pastel, com suco. À noite a gente janta quando chega em casa. Quando o dia é rentável, a gente distribui lanche para os outros colegas.
O Jackson Santos Oliveira, o Jaquinho, disse que vive de lavar carros há pouco tempo. “ Pretendo um dia comprar um barraco para eu morar”. Ele disse que reside num barraco de madeira, na rua Santa Rita, 252, no bairro Daniel Gomes. “ Sou o mais novo lavador na área, tenho dois anos. Trabalho honestamente. Tenho dias que ganho bem, outros ficam só na gorjeta”, comentou Jackson, satisfeito com o subemprego.
“A desvantagem em viver do subemprego é não ter um plano de saúde, um vale transporte, um incentivo financeiro para a gente poder comprar as flanelas, pastas, baldes e outros acessórios”, disse Jackson.
Os custos - As lavagens de carros varia nas mãos dos lavadores “ clandestinos” de cinco a sete reais, por dentro e por fora. Só para olhar o carro, ou seja, vigiar, eles cobram um real.
“ Sou casado. Pai de 2 filhos. Vivo de lavar carros. Pago aluguel de um barraco na invasão, no bairro Jardim Primavera, no valor de Cento e Cinqüenta Reais. Estou aqui todos os dias. Quando o movimento é fraco, recorro a outros pontos da cidade”, comentou Evanildo Marques dos Santos, o popular Vane, esposo de Cida.
Falta Associação - O fato é que os lavadores de carros, os chamados flanelinhas, lavadores ou vigilantes, cobram de um real a cinco reais; mas , eles não possuem nenhuma entidade representativa, sindicato ou Associação para fiscalização dos serviços e para que possam atuar nas ruas da cidade com a garantia do serviço prestado.
Nem a Secretaria de Desenvolvimento Social tem cadastrados os prestadores de serviços, com crachás de identificação, para garantir mais segurança aos proprietários de veículos do município . Na verdade, lavar o carro nas mãos dos lavadores de rua é uma opção, vez que, o município possui lava jatos e diversas empresas especializadas em lavagem de veículos. Prevalece a confiança nos meninos.
Opinião – O poeta Wagner Albertsson disse que os lavadores de veículos, os flanelinhas, são ótimos guarda costas, vez que, eles protegem os veículos e os comerciantes locais. “ Nota 10 para essa galera legal, que cuida dos veículos e das pessoas”, frisou. ( Battisti Bulcão).
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