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"Eu me fingi de morto para ele não me atingir", diz sobrevivente do massacre em Realengo


O estudante Carlos Matheus Vilhena de Souza não fala mais como um jovem de 13 anos. A voz de garoto e o sorriso de menino dão eco ao relato assustador de um dos alvos do atirador Wellington Menezes de Oliveira, que matou 12 estudantes da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio, na quinta-feira passada. Carlos Matheus é um dos 12 alunos que saíram feridos do massacre. Ele levou dois tiros no braço esquerdo, que está imobilizado desde o ombro até o pulso. Uma terceira bala ou fragmento de outro disparo deixou cicatrizes no seu peito. Carlos Matheus fingiu-se de morto para não levar mais tiros. Com dor e assustado, ficou quieto. O menino, que sonha ser advogado e não gosta de futebol, mas adora mexer no computador e ficar na web, viu o assassino recarregar o revólver 38 e atirar contra seus colegas. 'Naquele momento, eu achei que estava morto', disse o garoto, ontem à tarde, em entrevista ao Estado.
Como você está? Tem muita dor?
Por enquanto, está bom. Não está doendo, não. Mas é porque eu tomei anestesia (a mãe corrige e diz que foi um analgésico). Foi uma injeção, mãe. É tudo a mesma coisa.
E de tudo o que você passou, Carlos. O que você lembra?
Não queria falar muito sobre esse assunto. Achei que ia morrer na hora mesmo. Quando levei os tiros, parei de sentir meu braço. Não sei se saiu muito sangue, mas não tinha pressão. Não sentia nada.
O que se passou dentro da sua sala?
Ele entrou e atirou em todos os que ficaram na sala. Só poupou um menino, com quem ele simpatizou. Não sei por quê.
O que você conseguiu ver lá dentro? Você viu seus amigos machucados?
Sim. Vi um monte de gente no chão. Muito sangue, muita dor.
Você tentou sair da sala?
Não. Tentei me proteger com o braço e fui atingido. Caí no chão na hora. Fingi de morto para ele não me atingir de novo. O Diego (outro menino ferido) ficou do meu lado. Achei que ia morrer mesmo. (MSN).

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