O deputado federal Fábio Souto (Democratas/Bahia) lamentou a forma hostil e violenta com que a blogueira cubana Yoani Sánchez foi recebida no Brasil esta semana. O parlamentar afirmou ainda que tal perseguição é um desrespeito com um grande baiano e brasileiro, o cineasta Dado Galvão, autor do documentário “Conexão Cuba-Honduras”, que mostra o papel de Yoani na luta pelos direitos humanos e a liberdade de expressão sob o regime autoritário daquele país. O filme seria exibido na cidade de Feira de Santana nessa segunda-feira, 18 de fevereiro, mas a ação repressiva de grupos organizados defensores do governo de Raúl e Fidel Castro impediu a apresentação.
Souto ressaltou que o governo brasileiro precisa defender, independentemente da relação diplomática com qualquer nação, a liberdade de expressão e o acesso aos direitos humanos em todo o mundo. “A história do Brasil é marcada pela luta dos cidadãos contra regimes ditatoriais e opressivos, pela busca por democracia, por liberdade política, religiosa, de opinião. O papel de cada brasileiro e, principalmente, dos governantes é acolher com carinho, respeito e empatia essas pessoas idealistas que buscam um mundo mais justo e igualitário. Qualquer atitude diferente desta é condenável, ainda mais algumas suspeitas de elaboração de dossiê e de organização para perseguição à blogueira entre a embaixada de Cuba e autoridades brasileiras”,destacou.
No documentário, exibido na Câmara dos Deputados nessa quarta-feira, 20 de fevereiro, é possível ver a repressão institucional a qualquer opinião divergente a do governo cubano. Yoani Sánchez agradeceu a recepção dos congressistas brasileiros e afirmou que apenas luta por uma Cuba inclusiva e plural sem usar de violência verbal ou física na busca do seu ideal.
Cineasta
O cineasta baiano Dado Galvão também esteve no Congresso. Ele estava emocionado. Contou das dificuldades para elaborar o documentário e a repercussão da vinda de Yoani ao Brasil. “O filme foi realizado com R$ 600 no bolso e uma câmera emprestada. Nos preocupamos em ser transparentes, é uma coisa que esse país precisa, ser transparente. Ficamos assustados com o que a Veja escreveu, mas o que está na revista aconteceu em Recife, em Salvador, em Feira de Santana de forma muito agressiva mesmo. Peço que apurem, ao Ministério Publico, à Presidência da República. Estou muito emocionado, sou de Jequié-BA, do interior. Vocês sabem que é tudo muito difícil. Viva a liberdade, viva Cuba, viva o Brasil”, relatou.
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