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'Conheci alunos que faziam o mínimo e ainda reclamavam', afirma ex-bolsista do Ciência sem Fronteiras

Um comunicado da Universidade de Southampton, no Reino Unido, manifestando a possibilidade de bloqueio de estágios para bolsistas do CsF (Ciência sem Fronteiras) em decorrência do baixo desempenho gerou polêmica. O aluno de design na Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), Victor Torrecilha, de 23 anos, fez intercâmbio de um ano na Tennessee State University, nos Estados Unidos, entre 2013 e 2014. Ele conta que, antes de os bolsistas do programa irem para o exterior, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), uma das instituições responsáveis pelo CsF, realiza uma reunião para orientar os futuros intercambistas sobre os estudos fora do País. Segundo Victor, na ocasião é recomendado que os alunos brasileiros assistam, no mínimo, a quatro disciplinas em cada período letivo do ano, o equivalente a doze créditos. É advertido que, caso isso não seja cumprido e uma boa média de notas não seja mantida durante o intercâmbio, o bolsista pode ser desligado do programa. "Mas conheci gente que fez do intercâmbio um período de férias, gente que ‘varzeava’ e ainda reclamava. Isso acontecia porque, como lá [nos Estados Unidos] o currículo é aberto, era possível mudar de disciplinas no meio do curso", informa. O estudante relata que o currículo aberto diferente do das universidades brasileiras permitia que muitos bolsistas desistissem de disciplinas difíceis. " Éramos obrigados a relatar as desistências e as disciplinas nas quais nos matriculávamos ao órgão americano parceiro do Ciência sem Fronteiras. Porém, vi brasileiros que faziam o mínimo do que deveriam sem avisar o órgão responsável, que continuava achando que o bolsista estava estudando direito. Depois, esses alunos faziam recursos alegando que tinham dificuldades no curso, mas era só preguiça mesmo", disse. Lembrando do episódio, o estudante avalia que “poderia haver uma melhor comunicação entre parceiro do CsF no país do intercâmbio e Capes, inclusive para serem melhor delineadas as obrigatoriedades acadêmicas dos alunos bolsistas”.

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