Às vésperas do primeiro aniversário do quebra-quebra bolsonarista na Praça dos Três Poderes, o ministro Alexandre de Moraes deu uma entrevista aos jornalistas Mariana Muniz e Thiago Bronzatto. Está causando estardalhaço.
Na entrevista, Alexandre de
Moraes afirma que havia planos contra ele:
“Eram três planos. O
primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um
domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio
do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um
homicídio.
E o terceiro, de uns mais
exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na
Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas
pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição.
Houve uma tentativa de
planejamento. Inclusive, e há outro inquérito que investiga isso, com
participação da Abin, que monitorava os meus passos para quando houvesse
necessidade de realizar essa prisão.”
As afirmações são
gravíssimas e, por serem gravíssimas, o ministro tem a obrigação de dizer quem
planejou assassiná-lo. Se ninguém perguntou, é preciso perguntar. Se perguntou,
e ele não respondeu, é imperativo que Alexandre de Moraes o faça. O sujeito das
suas frases não pode permanecer indeterminado ou oculto, porque os planos
seriam contra a instituição STF, na pessoa do ministro.
Entenda a história |
Oposição pede a Moraes provas de suposto plano de enforcamento
Passado um ano, supõe-se que
os investigadores tenham reunido elementos suficientes para que Alexandre de
Moraes possa apontar publicamente os cidadãos que tramaram executá-lo e desovar
o seu cadáver no mato ou pendurá-lo na Praça dos Três Poderes. Não convence
alegar, por exemplo, que o inquérito é sigiloso e que os suspeitos poderiam
fugir se tiverem os seus nomes revelados. Por muito menos, o ministro
determinou prisões preventivas.
O aspecto curioso é que o
próprio Alexandre de Moraes minora a gravidade das suas afirmações. Na
sequência, ele diz que “tirando um exagero ou outro, era algo que eu já
esperava. Não poderia esperar de golpistas criminosos que não tivessem
pretendendo algo nesse sentido. Mantive a tranquilidade. Tenho muito processo
para perder tempo com isso. E nada disso ocorreu, então está tudo bem”.
Se o ministro não levou tão
a sério as ameaças a ele, por que nós deveríamos? Isso não está certo, claro. É
preciso que Alexandre de Moraes forneça nomes. A sociedade tem o direito de
saber quem, precisamente, quis atentar contra a democracia que ela conquistou a
duras penas.
PS: na entrevista, o
ministro confirma o que eu sempre disse: o Exército não flertou em nenhum
momento com a ideia de aderir a um golpe. Alguém diga para a Janja.
FONTE/CRÉDITOS: Revista
Oeste
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