Uma força-tarefa desarticulou um esquema de trabalho
análogo ao escravo cujos alojamentos estão localizados em duas casas no
bairro Doron, em Salvador. Duas pessoas foram presas durante o flagrante
do Ministério Público do Trabalho realizado na noite desta sexta-feira
(15), dia em que a denúncia foi recebida pela Superintendência Regional
de Trabalho e Emprego (SRTE). Eles foram conduzidos à Superintendência
da Polícia Federal, que apoia a operação junto com a Polícia Militar. Segundo
o MPT, todos os trabalhadores foram recrutados no Rio de Janeiro para
entregar listas de telefone na capital baiana, serviço que realizam sem
recebimento de salário ou direito trabalhista. O alojamento, informa o
órgão, é precário, sem condição de higiene ou conforto. Homens e
mulheres dormem sobre as próprias listas telefônicas, que distribuem
todos os dias em turnos ininterruptos, de acordo com o MPT.
O
procurador Jairo Santo Sé, que participa da operação, conta que a
equipe já entrevistou algumas das vítimas do esquema. "O que eles ganham
é a gorjeta que pedem nas casas. Queremos que o responsável pague as
parcelas, os direitos que eles têm, assine a carteira de trabalho e
coloque em um alojamento digno", afirmou. As
pessoas presas são consideradas arregimentadoras, também chamadas de
"gatos", suspeitas de recrutar e organizar a atividade diária. Os
imóveis estão localizados em uma das transversais da Avenida Edgar
Santos, a maior do bairro. Por volta das 18h, a equipe do órgão
conseguiu contato com a empresa responsável, cuja sede fica no Rio de
Janeiro, e um representante está a caminho da capital baiana para
esclarecer a situação e deve prestar depoimento à PF. (G1)
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